Eu poderia resumir a
viagem com: uma longa e duradoura onda quebrada. Quando adormecia, tempos
depois acordava e olhava para os lados, eu via pessoas que eram a minha
família, mas que ao mesmo tempo não eram. E é um tanto confuso chegar a essa
conclusão, a essa imparcialidade de parentalidade sentimental, estando em
frente ao seu pai, estando em frente a sua avó. Acontece que todas as vezes,
quando eu olho para eles, eu penso: eu tenho um casamento para estragar.
Acontece que todas as vezes que eu olho para eles, eu penso: eu quero ir para
casa. E não para por aqui, o pior de tudo é pensar: eu vou decepcionar essas
pessoas.
Quando eu pude ver o
avião sobrevoar um castelo, um imenso castelo, foi que, finalmente a ficha
caiu. Eu havia chegado à minha casa. Eu iria pisar numa casa que foi minha há
15 anos. Num campo em que eu provavelmente devo ter aprendido a andar. Em escadas
que a minha mãe deve ter descido segurando-me no colo. Num escritório no qual,
enquanto mamãe me acalantava, olhava para o meu pai. Pai. É tão difícil falar
esta palavra. Mãe. É tão difícil pensar nesta.
Logo depois, quando o
avião pousou na pista, saí com as mãos sobre os olhos, e roupas de frio, visualizando
um batalhão de pessoas uniformizadas de azul. Mulheres completamente bem
vestidas, bem maquiadas e lindas. Mulheres que poderiam concorrer a qualquer
Miss Universo. E homens também. Homens absolutamente perfeitos. À medida que
nos aproximávamos, reverencias eram feitas, cornetas tocadas, “Vossa Majestade”
escutados. Cochichos também. Pude ver o castelo e o seu esplendor, tão grande,
tão bonito, tão assustadoramente irreal.
E
a única coisa que pude pensar foi: alguém de Lísia tentou me matar. E é
exatamente em Lísia que estou agora.
Eu tremia. Aposto que
era visível. Eduard segurou a minha mão. Pérola segurou a outra. Caminhávamos
por uma estrada de tijolos amarelos que me faziam lembrar o Mágico de Oz, e o
que me fez perguntar se aquilo não era realmente um sonho. Paramos em frente à
um homem de bigodes finos e óculos redondos. O homem tinha olhos de gato. Ao
seu lado, estava um carinha da minha idade, talvez um ano mas velhos. Era o
príncipe Lorenzo? Não tão escandalosamente perfeito como se espera de um
príncipe. Não tão escandalosamente perfeito como a Disney nos fez esperar.
- Vossa Majestade! –
disseram em uníssono. O cara de bigodes faz uma reverência espalhafatosa que me
deu vontade de rir.
- Jorge! – Eduard
acenou com a cabeça para o moço de bigode que agora tinha um nome, apertando em
seguida a sua mão. – Edgar! – foi a vez de cumprimentar o carinha.
O
carinha que não era Lorenzo.
O
carinha que não era o meu noivo.
Eles nos acompanharam e
subimos os degraus para entrada do castelo juntos. Para falar a verdade,
naquela hora estava anoitecendo, eu não encarei as enormes portas de vidro e
ouro, eu encarei um lago. Lá havia o reflexo de alguns raios de sol, e as
orquídeas violetas pareciam mergulhar dentro d’água. Achei tão bonito que
decidi que ali seria o primeiro lugar que iria visitar. Soube que em Lísia
costuma nevar, mas o lago ainda estava cristalino, ainda não estava congelado.
E eu gostei disso. Eu não estava preparada para o frio. Nunca estive. E também
suspeito que o frio nunca se preparou para mim.
Uma mulher loira, de
longas pernas e olhar compenetrado, veio em nossa direção. Ela vestia uma saia
justa e elegante e um terno preto, que eu percebi ser um Prada. Eu pensei que
ela poderia ser a minha madrasta, mas madrastas usam anéis de compromisso e ela
não tinha nenhum. Então esperei que alguém me apresentasse. Ela caminhava
apressadamente em nossa direção, com uma espécie de pasta de couro na mão. E
com um sorriso de orelha à orelha.
- Eles já sabem que eu
estou, sabe, que eu estou viva? – sussurrei para Pérola.
- Alguns. Os que o seu
pai mais confia. Você será apresentada para a população em alguns dias, mas até
agora... nós podemos contar nos dedos os envolvidos – ela respondeu sorrindo e
tocando os meus cabelos.
Eu
sorri. Sempre foi espontânea a forma como eu sorri para ela.
- Eu não sabia que uma
pessoa poderia parecer tanto com a mãe – ela disse, piscando lentamente, como
se fosse uma boneca de corda. – Meu nome é Olga, sou a primeira assistente de
seu pai, e agora a sua primeira assistente também, então para tudo o que
precisar, estarei aqui.
O
meu pai sorriu. Digo, Eduard sorriu. Realmente sorrindo. Não aquele sorriso
amarelo que se dá por educação, por comoção. Era a primeira vez que eu o via
sorrindo daquele jeito. Eu gostava daquele sorriso.
- Obrigada, Olga. – eu
disse sorrindo. É verdade que eu, você sabe, que pareço com ela? – perguntei
espantada.
As pessoas costumavam
falar isso para as minhas amigas. Nunca haviam falado para mim. As pessoas não
conheciam a minha mãe. Eu não conhecia. Até hoje. Até agora.
- Sim. Você é
igualzinha. Menos os olhos.
- Os olhos são meus – Eduard
falou.
- E o sorriso – Pérola
completou.
Eu
gostei de ter aquele sorriso. Não o sorriso-obrigatório. O sorriso de: eu gosto
de sorrir.
- Então ela não tinha
olhos verdes? – eu perguntei, encarando os olhos de Eduard.
- Ela tinha olhos cor
do céu. A cor de Deus, se ele tivesse uma.
Então eu entendi,
naquele exato segundo, o porquê da mamãe ter apaixonado-se pelo meu pai.
Todos permaneceram
calados. Eu, Pérola, Olga, Jorge, Edgar. Porque todos, naquele exato momento
estavam pensando nela.
Quando subimos as
escadarias, um mordomo – um mordomo, ou uma espécie de mordomo – abriu a porta.
Talvez aquela porta tivesse uma 8 metros de comprimento e 6 de largura. Era tão
grande, tão bonita e tão pesada, que eu não acharia estranho se aquele homem
fosse pago apenas para abri-la. Agora só estávamos eu, Eduard e Pérola. Os
outros dois, haviam ido jogar golfe no jardim.
Eu procurei pisar com o
pé direito. Eu sempre procuro.
Como eu poderia
descrever aquele castelo? O chão não era feito de ouro, nem cerâmica, nem
mármore, tampouco porcelana, era um tipo de material que reluzia o seu reflexo
numa dimensão inestimável e não te deixava cego. Tudo isso ao mesmo tempo. Eu
não acredito que cresci me olhando naquele piso. O lustre era feito de
Cristais. Ao menos, eu acho. E era tão grande, que poderia possivelmente ser do
tamanho do meu quarto. Tudo era macro. Tudo era demais.
Haviam espelhos, mesas,
jarros de flores, sofás e pinturas por todo lado. Mais portas e cortinas
brancas pesadas. Era o antigo e o moderno, em um só ambiente. E aquelas
escadas... o que eram aquelas escadas? Estavam no centro. Eram largas, mas não
como aquelas escadas da época em que Pedro II governava o Brasil, eram
melhores. Eu não poderia descrever. Eu não conseguiria. A escada interligava
três setores. Um para esquerda, outro para direita, um ao meio. E lá estava
adornando a decoração, logo no caminho da escada, logo no meio, para qualquer
um que fosse subir pudesse ver, estampada num quadro: Helena. A minha mãe.
E sim. Ela realmente
parecia comigo. Era igualzinha até.
Erámos tão parecidas
que poderíamos facialmente ser confundidas. Nós só precisaríamos estar com os
olhos fechados.
Aqui está como ela era:
branca, tão branca quanto o leite. Ela não era Branca de Neve, mas poderia ser.
Fácil. Os cabelos também não tinha jeito. Eram escorridos e loiros. Tão loiros
que quando a luz do lustre refletia no quadro, uma luz incandescente era
emitida de lá. Os seus lábios não eram carnudos, não eram finos, não eram
médios. Eram de uma conotação perfeita, como se fossem modelados e projetados
para o seu rosto. Como se ela tivesse nascido e só depois, os lábios houvessem
sido pregados. Não eram só os cabelos, os lábios, o nariz empinado, eram os
olhos. O meu pai tinha razão. Seria a cor de Deus se ele tivesse uma.
- Ela é linda – eu
disse quase chorando.
- Como você – disse o
meu pai.
Nós
sorrimos.
- Como era a voz dela?
Costumo
observar a voz das pessoas. Elas podem falar muito mais que meras palavras.
-
Era doce, gentil. Eu nunca a ouvi levantar a voz. Para nada. Você poderá ver os
vídeos caseiros depois. Você chegará a sua própria conclusão.
-
Ela não parece com a minha tia.
-
Ela não parecia com ninguém. Até você nascer. Essa é parte boa da história –
ele disse sorrindo. Aquele sorriso bonito ainda conservado nos lábios.
-
Qual a parte boa da história?
-
Você ser tão... tão parecida com ela.
-
Deve ser a parte ruim. Me ver todos os dias, lembrá-la todos os dias.
-
Não. Essa é a parte boa. A parte ruim é esquecer – ele disse, enquanto aquele
sorriso livre, alegre e brilhante sumia do seu rosto. Como se metade dele
também tivesse morrido.
Eu
o abracei. Alguém tinha que o abraçar. Nenhum xarope é melhor que um abraço.
Quando cheguei a meu quarto, depois de
ter me instalado, ficado abismada com o tamanho do closet, com o tamanho da
cama, e logo depois, ter saído de um banho, resolvi enviar um e-mail. Não
queria – pelo menos hoje – fazer uma chamada de vídeo. Liguei para tia Janine e
expliquei que “sim, estava tudo bem”, que “não, eu não estava passando frio” e
que “claro que estava morrendo de saudades”.
O primeiro e-mail foi para Hanna.
Assunto: Cheguei!
Hannita,
Estou há poucas horas aqui. É um
pouquinho frio, há boatos de que aqui neva. Ainda não está nevando. Não
experimentei flocos de neve (risos). Ainda não está no inverno. Agradeceria a
Deus em minhas orações. Agradeça você também J
Eu conheci a minha mãe. Ou um quadro
dela. Nós nos parecemos. Eu diria que somos iguais, exceto os olhos.
Ainda não verifiquei o Twitter e Facebook.
Provavelmente irei excluir. Não quero que a “notícia” se espalhe.
Você sabe, as coisas são complicadas...
Saudades.
Menos um dia.
Na contagem regressiva.
P.S: Chamada de vídeo amanhã?
Com amor,
Ana.
Assunto: Em terra alheia. Ou não.
Dora,
OOOOOOOOOOOI
Estou no meu quarto, morrendo de saudade
de vocês – aqui seria bem legal uma noite de conversa. Eu tenho um closet do
tamanho do meu quarto, mas trocaria por vocês <3
Espero que faça um dia de sol (milagre)
e eu possa colocar um biquíni e nadar num lago por aqui.
Eu vi a mamãe. Ela é bem parecida
comigo. Não a mamãe literalmente, uma imagem dela. Olha só o que o destino faz
com a gente.
Talvez desative o meu Twitter e Facebook.
Notícias voam. Minha cabeça também.
Saudade.
Chamada de vídeo amanhã?
Com amor,
Ana.
Assunto:
Cá estou eu.
Mari,
A viagem foi cansativa. Eu conheci um
cara que – bom – achava que fosse meu noivo. MEU DEUS! Ainda não conheci o
Lorenzo. O que fazer quando conhecer???
Aqui
é surpreendente. Tudo é tão grande. Tão diferente.
Saudade
de vocês.
De
verdade.
Talvez desative o meu Twitter e
Facebook.
Antes
que tudo se espalhe.
Chamada
de vídeo amanhã?
Com
amor,
Ana.
Ok. Missão número 1 cumprida. Falta a
número dois. Não desci pra jantar. Levaram o meu jantar na cama. Não, não estou
virando nenhuma princesinha do papai, eu só realmente estava cansada. Foi uma
longa viagem. Uma longa viagem.
Mas, bom, eu preciso comer novamente. Já
são mais de meia noite. O que no Brasil deverá ser mais ou menos 04 da manhã.
Será se acerto a cozinha? Não me custará arriscar.
Eu lembro um pouco de como cheguei aqui.
Percorro um corredor iluminado e não encontro saída, retorno pegando outro
corredor, que dará em uma grande janela, sem saída outra vez. Retorno. Pego
outro corredor, desta vez para esquerda. Ele tem janelas de vidro por toda a
sua dimensão. Avisto as escadas. Estou na escadaria à esquerda. Ali é o salão.
Aposto que – bom – talvez a cozinha fique para lá.
Desço as escadarias e
estou no salão. Ele está sendo completamente iluminado pela lareira. Percorro
salas e mais salas. Nenhuma cozinha. Mas eu vejo uma coisa que me interessa,
talvez mais do que a comida. Eu posso ver a lua, uma enorme lua pela janela,
mergulhada no mesmo lago de antes. A neblina cobre as árvores, mas posso ver as
estrelas. Uma, duas, dez, quatrocentos e noventa e cinco. Elas completam a lua.
Como se uma não funcionasse sem a outra.
Ouço passos atrás de
mim, gelo. Não ouso virar. Não ouso me mexer. Espero lá no fundo que seja um
segurança do castelo, que seja Pérola, Olga, o meu pai.
- Você não deveria
estar aqui, Ana – alguém disse, alguém de uma voz não tão estranha assim.
An-na.
Eu conhecia essa voz. An-na. Aquele sotaque. Aquele francês que não era
francês.
Então
eu me viro. E percebo os meus trajes. Um pijama. As pessoas não podem me ver de
pijama. Ai meu Deus.
Era
ele. O cara dos olhos cinza. Na minha frente. Ok. Eu estava sonhando. Quando eu
vou parar de ter sonhos loucos? Não está só estranho, está insuportável.
Permaneço imóvel.
Porque
merda eu estou usando um pijama? Onde eu coloquei o meu conjunto rendado da
Victoria? Onde eu coloquei? Como assim ainda não fizeram um aplicativo avisando
“arrume-se você irá encontrar um cara lindo”?
-
Ana? – ele aumenta a voz e caminha até mim, tocando a minha mão.
TOCANDO
A MINHA MÃO! OK. ISSO NÃO É UM SONHO. AI MEU DEUS!
-
É... eu! – eu sussurro.
Ele
sorri.
-
Bom, gostei da roupa – e sorriu. Aquele sorriu sacana. Aquele sorriso que me
fez sorrir. Mas eu não iria deixar barato, iria? Não.
-
E quem será você? O meu estilista? As princesas tem estilista, certo? – eu
disse recuperando o fôlego.
-
Bom. Eu sou só... eu. Só um cara sem sono. Um cara passeando por um castelo de
proporções... bem grandes, eu diria.
-
E você me conhece de onde? – perguntei instigando-o
-
Eu sou um dos dedos do rei.
-
Óh. Talvez Eduard esteja sentindo falta deles.
Ele
sorriu. As pessoas deveriam ser proibidas de sorrir daquele jeito.
-
Acredito que não.
Ele retirou o seu
casaco. Ele tem bom gosto. Ele me entregou. Como aquele casaco cheira bem.
- Você deve estar com
frio. – ele disse me passando o casaco.
- Não. Realmente não
precisa. Estou bem. Obrigada.
A sua mão continuou
estendida e os seus olhos encaravam o meu. Ninguém nunca havia me encarado
daquele jeito. Tudo bem. É um sonho. Entre no jogo.
- Ok.
- Você estava vendo o
lago? – ele perguntou, encostando perto de mim, encostando perto do vidro.
- É. Estava. Não estou
mais – ele estava perto demais, eu estava tremendo. Eu queria beijá-lo. Eu mal
conheci o cara e quero beijá-lo! Eu virei uma vadia louca.
- Você quer ir ver de
perto?
- Você realmente está
me convidado para sair do castelo?
- Isso.
- Você realmente acha
que vou aceitar?
- Eu espero que sim –
ele disse ainda sorrindo.
- Ok. Espero que você
não esteja flertando comigo – eu disse encarando-o, mas ele não se moveu. Nós
estávamos perto demais. Nossas bocas estavam perto demais. – Se você é um dos
dedos do rei, sabe que tenho um noivo. Ok. Um noivo que não conheço, mas um
noivo. Droga.
O sorriu congelou em
seus lábios e os seus olhos teimavam em ficar sobre os meus. E ele mexia nos
seus cabelos – que cabelos!
- Claro. Você tem um
noivo. Eu sei disso. Ele é um cara de sorte.
- Pare de flertar
comigo!
- Porque eu não sou seu
noivo?
- Então você quer um
motivo maior?
- Eu esperaria.
Que
garoto imbecil. Que imbecil mais lindo.
-
Princesas
podem dar ordens?
- Sim, princesas podem.
- Para qualquer um?
- Para qualquer um.
- Ok. Então eu ordeno
que você se afaste.
- Como quiser, princesa
Ana. – ele disse fazendo uma reverência.
Ele afastou-se: um,
dois, três passos. E ficou me observando enquanto eu retirava o casaco e o
devolvia.
- Desculpe. Eu estou um
tanto... é complicado.
- É. Eu sei.
- Eu não conheço o tal
de Lorenzo. Ele pode ser o cara mais chato do planeta.
- Bom, ele pode ser.
- Mesquinho e
arrogante.
- Rabugento – ele
completou.
- Grosso, insolente.
- Metido – ele disse.
- Idiota.
- Um grande idiota –
ele disse pegando o casaco.
Agora ele estava mais
perto. Os passos para trás não haviam funcionado muito bem. Nós tínhamos essa
espécie de imã.
- Nós estamos perto de
novo – eu disse atônita.
- O que não é ruim –
ele pegou a minha mão.
- Bom, você sabe, eu
não posso te beijar. Eu tenho um...
E lá estávamos nós
dois. Juntos. Nos beijando. E lá estava eu tendo o melhor beijo da minha vida.
Ele agarrava a minha
cintura e me beijava. Nós estávamos respirando um pelo outro. Era aquele tipo
de beijo que vaga do pescoço aos lábios. Aquele tipo de beijo que te faz querer
mais.
Mas eu tive que o
empurrar, eu tinha que o empurrar.
- A gente não deveria
fazer isso – eu disse me afastando
- É. A gente não
deveria.
- Eu tenho um...
- Noivo. Eu sei. – ele
completou e depois saiu, me deixando sozinha.
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