quinta-feira, 3 de julho de 2014

# Capítulo 11

A semana correu e o grande dia chegou. Digamos que eu esteja com a corda no pescoço. Não consegui escrever uma única linha e a única coisa que me deixa feliz é olhar o meu vestido sobre a cama. Quando vovó ou papai perguntam-me sobre o discurso, digo que estou indo bem. Indo bem mal. Em algumas horas estarei tendo a minha imagem transmitida em cadeia nacional e internacional. Da varanda posso ver as vans de diversas emissoras de televisão instalando-se frente ao castelo. Olga disse que a cidade está exasperada. Afinal, ninguém sabe o motivo do convite do rei, ninguém sabe o que ele irá anunciar. Quer dizer, quase ninguém.
Acordei cedo, na verdade, não dormi. Estou frente a porta na espera de Lola e Lívia. Quando elas entram, as puxo rapidamente.
- Preciso da ajuda de vocês!
- É só pedir, princesa Ana – Lola parece aflita, Lívia está sem cor.
- Não é nada sério. Só preciso de uma informação... vocês saberiam me levar até a sala onde os vídeos caseiros estão?
Elas sorriram. Acho que foi um sim.
Não precisamos caminhar muito. A sala ficava bem próxima dos quartos. Havia alguns sofás felpudos espalhados e uma grande tela para projeção. Pedi que me deixassem sozinha. Elas saíram logo depois.
Os vídeos estavam ordenados sobre uma estante de madeira. Eram organizados por ano. Procurei o ano do meu nascimento. E lá estavam nove fitas empilhadas. Peguei uma delas e coloquei no aparelho de vídeo. Eram daqueles convencionais, que existiam na casa da tia Janine, na minha casa.
Demorou alguns minutos até que uma mulher muito parecida comigo apareceu sobre a tela, primeiro o seu sorriso, depois a voz dela chamando o meu nome “Ana”. E depois, bem pequena, com uma coroa de flores na cabeça: eu. Aquele bebê que eu nunca vi. Nós estávamos no jardim. E eu acho que era primavera. Havia uma longa toalha azul estendida na grama e maças espalhadas sobre a toalha, algo que parecia suco de laranja. Logo depois apareceu o meu pai e então eles entraram numa conversa inaudível, eu estava ali quietinha, os olhando. A Ana do vídeo e a Ana de carne e osso.
Eu não pude segurar o choro. Era ela. A minha mãe. Ninguém iria conseguir segurar. O choro iniciou-se de forma comprimida, com os meus braços envolvendo os meus joelhos, como se eles fossem uma espécie de âncora, e me ajudassem a não afogar caso o barco afundasse. Depois vieram os soluços, que comprimiam o meu diafragma de uma forma absolutamente voraz sempre que apareciam. E só então as lágrimas escorrendo feito cachoeira, que se misturavam com os sorrisos da mamãe quando escutei saindo do vídeo um “eu te amo, Ana”.
A porta se abriu e eu não me importei, eu sabia que Lola e Lívia provavelmente não iriam sair da porta. Elas ouviram os meus berros e apareceram. Elas sempre aparecem. Eu continuei chorando sem nenhuma vergonha, elas também choram. Princesas podem chorar. E alguém me abraçou, alguém com braços musculosos e barba por fazer. Alguém com um toque que me acalmou, alguém com o perfume de Lorenzo.
Lorenzo sempre tem que aparecer.
Quando eu finalmente o encarei, ele conseguiu enxugar algumas lágrimas que ainda saíam dos meus olhos. E nós ficamos ali no escuro, olhando um pro outro. Sem falar nada, com o coração batendo forte.
Os seus dedos então vagaram pelas minhas bochechas, subiram do meu nariz para minha testa, desceram pelos meus cabelos até a minha nuca. O soluço ainda permanecia, só que mais brando, mais baixo.
Eu puxei ele para mais perto, pelo colarinho da camisa, e coloquei a minha cabeça sobre o seu ombro enquanto ele beijava o meu pescoço e logo depois a minha testa. Então ele deitou logo ali no sofá, ainda olhando para mim, acariciando a minha mão. Deitei em seguida ao seu lado, agora com a cabeça sobre o seu peito que subia e descia devagar, enquanto ele fazia cafuné no meu cabelo.
Ele não disse nada, nem eu. Fiquei com medo daquele momento ser apagado de alguma forma, porque a gente não registrou nada com uma palavra. E eu precisava registrar aquilo com uma palavra. Não com qualquer palavra. Eu precisava registrar aquilo com um “obrigada”. E foi exatamente o que eu fiz.


Uma avalanche de pessoas com maletas e penteados esquisitos passaram a entrar no meu quarto. E esse número só crescia. Fui apresentada por Olga à um cara alto de cabelos vermelhos ardentes e olhos azuis, ele chamava-se Adamastor e sorria o tempo todo. Adamastor insistiu para que eu transformasse o meu cabelo, com um corte “Joãozinho” que segundo ele era a nova moda de Paris. Eu só consegui rir da cara dele (por dentro). Ele pareceu ser gente boa, apesar de sua essencial excêntrica e nada subestimável. Logo depois algumas manicures tomaram as minhas mãos, os meus pés e lá estavam me questionando sobre que cor eu gostaria de usar. Eu me via como uma boneca de pano que era passada de mão em mão com o objetivo final de parecer apresentável ao público.
No final, Adamastor e eu, concordamos que um coque baixo e embutido por tranças ficaria legal, e que um olho de gato e uma maquiagem leve combinariam. Escolhi um rosa goiaba para unhas e eles pediram, só para lembrar daquela época em que a Ana foi princesa: uma coroa.
Adamastor me lançou um olhar cintilante, quase todos me lançaram esse olhar. Uma espécie de olhar que vagava da minha pessoa para a cora de diamantes que brilhava e berrava o meu nome como uma multidão enfurecida.
- Agora a coroa, princesa! – disse Adamastor enquanto caminhava até a cama e a coloca teatralmente em suas mãos.
Existe um pedaço do filme em “Alice no País das Maravilhas” em que Alice caí no buraco do coelho, as coisas começam a desfocar e o tempo a se perder de vista. Alice deixa de ser Alice. E foi exatamente o que eu senti quando Adamastor colocou a coroa de diamantes na minha cabeça. Eu caí num buraco. Ana havia deixado de ser Ana. Ora! Eu gostava de ser Ana. Como combater algo, quando você é o “algo” a se combater? Não é lógico. Não para mim. Pigarrei e retirei a coroa da minha cabeça, entregando-a para Adamastor enquanto todos olhavam de forma atônita e assustada na minha direção.
- Ana, você precisa ficar com a coroa – ele disse sem recolhê-la da minha mão.
Só que eu insisti. Eu era boa nisso. Aprendi ainda pequena e nunca mais esqueci.
Então ele teve que pegá-la das minhas mãos.
            - Eu vou usar uma coroa, Adamastor.
Ele saltitou e um sorriso brotou outra vez dos seus lábios, enquanto direcionava a coroa novamente na minha direção. Mas eu não correspondi, balancei a cabeça negativamente e permaneci ali parada de frente ao espelho olhando a minha imagem.
- Mas não qualquer coroa, uma coroa de flores.
 Agora ele olhava para uma mulher baixinha que parecia ter mais de 30 anos. E deu uma piscadela, ordenando em seguida que ela providenciasse a coroa. E sem mais, todos saíram e eu fiquei ali sozinha.
Mais uma vez.
Mais tarde, quando eu já estava a postos e de vestido, esperando pelas minhas flores, ou por qualquer ser humano que me levasse para respirar um ar puro, Adamastor passou o seu rosto por entre a porta após leves batidas. Como se pedisse licença, entrou no quarto carregando a minha coroa. Ela parecia ser revestida com pequenos galhos que me lembraram um ninho de passarinho, e flores pequeninas e brancas, quase como botões, flores que cintilavam absurdamente. As flores mais lindas que eu já havia visto. Flores que até eu – como meu mortal – gostaria de ter ganho.
- Ainda bem que não são flores rosa cor chá – eu disse sorrindo e o abraçando – Obrigada, Adamastor. De verdade.
Ele sorriu em seguida e colocou as flores na minha cabeça.
- Você me surpreendeu hoje, Ana.
- Pelas flores?
- Não.
- Então pelo quê?
- Pelo coração.
Adamastor deu duas batidas no meu ombro, me desejou boa sorte e seguiu para porta, mas antes de sair, ele virou-se novamente para mim e disse em alto e bom tom: “Não é que você parece mesmo com ela!”.


Provavelmente papai e Adamastor cruzaram-se na saída, assim que Adamastor saiu Eduard entrou no meu quarto, vestindo um smoking e uma faixa azul com algumas medalhas, ele segurava outra faixa azul e depois de um beijo sereno na minha bochecha, colocou-a em mim. Então tirou uma caixinha verde esmeralda de um de seus bolsos e abriu ali na minha frente. Havia um colocar fininho, com pequenas estrelas que furtavam cor.
- Sua mãe costumava usar quando havia uma festa pelo palácio. E sempre havia uma festa pelo palácio.
Tudo bem, eu não podia chorar, os maquiadores fizeram milagre com os meus olhos que estavam inchados e vermelhos. Eu não podia estragar tudo outra vez.
- Acho que ela pode me emprestar hoje – eu disse sorrindo.
- Acho que pode – papai me abraçou.
- Pronta, Ana?
- Nasci pronta – eu disse enquanto pegava na sua mão, e engolia a minha mentira. Em qual mentira nós estamos mesmo?


Enquanto caminhava com o papai, encontramos a vovó Pérola assim que estávamos entrando no salão. Ela parou e nos encarou por um tempo, com o queixo tremendo. É como ver um fantasma. Eu entendia.
- Como está linda, Ana! – ela veio no meu caminho e me abraçou – Uma verdadeira princesa. Você está usando o colar. Como sua mãe – e o queixo tremeu mais uma vez. – E o discurso, minha princesa?
Eu só consegui abraça-la de volta. Seja forte, Ana. Seja forte.
            - Óh. Está muito bom. Não vou ler agora para não estragar a surpresa, mas Meu Deus como está bom!
Acho que estou gritando um pouco. Meu Deus, eu não sei fingir. Cadê essas aulas de teatro prático nas escolas, hein?
            - Fico muito feliz em saber disso – ele acariciou a minha mão – Vou resolver alguns assuntos com a imprensa. Volto em breve – e saiu com a vovó em companhia.
Eu havia esquecido do maldito discurso. Para que um discurso? Eu não posso dizer “Bom, meu nome é Ana. Muito prazer. Até a próxima”. Menos é mais.
            Lorenzo veio na minha cabeça. Aquele idiota está me devendo o discurso. Ele vai ter que me ajudar. Ah, vai!
Não era só os meus maquiadores, ou Adamastor, ou papai, ou vovó que corriam por todo o palácio como se daquilo dependesse as suas vidas, mas exatamente todo mundo estava correndo. Alguns com sorrisos no rosto, outros segurando flores nas mãos, outros com pratos, com toalhas, com vestidos, com vasos, com talheres, com almofadas, com vidraria. Se eu pudesse sentar num dos bancos e analisar a situação, provavelmente estaria sorrindo. É muito bom observar aquilo que você não faz parte. Tudo parece uma cena de um filme e te dá vontade de puxar a pipoca e diminuir a luz do ambiente. Só que eu não podia fazer nada daquilo, não quando ainda estava com a corda no pescoço". E só para me lembrar, eu fazia parte da cena e nunca seria eu a pessoa a estar comendo o saco de pipocas. Ao menos, não hoje.
No meio daquela confusão, tentei identificar os cabelos de Lorenzo, ou porte, ou o terno, ou os olhos, qualquer coisa, mas eu só conseguia ver mais gente que ia e vinha de algum lugar, para não sei onde. Pessoas que às vezes não olhavam na minha cara, porque quase ninguém sabia que eu sou um mártir da realiza. E eu gostava disso, digo, eu gostava de ser invisível. Sempre gostei. Acontece que quando você é invisível por muito tempo, ou sei lá, passa a sua vida inteira correndo por aí com o seu tênis adidas como mais um mero mortal, digo mais, quando você se camufla nas paredes da escola porque é só mais uma pessoa desinteressante no meio de dezenas de pessoas desinteressantes, você simplesmente, se acostuma a isso.
Tudo bem. Não há tempo para reflexões. Lorenzo deve estar no seu quarto, sendo preparado para ser apresentado como o meu noivo. AI MEU DEUS. O MEU NOIVO! Respira, Ana. Foca no discurso. Corri até as escadarias novamente, fazendo um esforço sobre-humano para não suar, não parecer aflita e permanecer com os fios de cabelo no lugar. Como é difícil ser uma princesa. Se eu fosse só Ana, estaria de shorts e uma camiseta largada, fazendo brigadeiro na cozinha. Mas agora eu não sou só Ana. Sou Anastásia. A princesa perdida.
Até agora a minha roupa continuava intacta e os meus cabelos no lugar. A única coisa que não parecia estar no lugar – quando eu vi o meu reflexo no espelho, ao subir a escada pisando em ovos – era eu. Eu não sou mais eu. Se é que você me entende. Eu fico triste por isso. Enquanto lutava com a minha segunda crise existencial do dia, passou por mim, nada mais nada menos do que Laura. Isso mesmo. Estendam o tapete vermelho, porque ela chegou.
Laura vestia um vestido verde claro, de uma manga só e um coque embutido enlaçado em tranças enviesadas. E lá no alto, brilhante, uma coroa. Discreta, mas uma coroa. Bom, se ela quiser ser princesa no meu lugar, dou-lhe de muito bom grado o meu posto. Ela apenas sorriu para mim, um daqueles sorrisos forçados. E parou frente o espelho da escadaria, vendo se os cabelos permaneciam alinhados. Claro que permaneciam alinhados, né? Ela deveria ter passado umas trezentas toneladas de gel caro para que aquilo ficasse tão perfeito. Eu não consegui falar nada, só fiquei ali, parada, olhando. E depois segui, já que 1) eu não podia perder tempo invejando ninguém 2) eu precisava dá uns bons tapas na cara do Lorenzo e claro 3) o meu vestido era mais bonito.


Como eu suspeitava, Lorenzo estava em seu quarto. Eu pude ver que ele estava sentado na sua escrivaninha, rabiscando qualquer coisa – abri a porta sem bater, relativamente devagar para que ele não me desarmasse com o seu olhar. Claro que eu ainda estava meio sem jeito depois daquela coisa toda da sala de vídeo. Pigarrei para chamar a sua atenção, até que Lorenzo olhou para mim, com o olhar ainda distante e só depois de muito tempo fez um sinal para que eu entrasse.
Eu estava com muita raiva, mas o jeito como ele me olhou, a tristeza que saltava dos seus olhos me sufocou e fiquei sem fala. Então um desespero atormentador me tomou e eu nem perguntei se ele estava bem, um “você precisa me ajudar” brotou da minha boca antes que eu pudesse tapá-la.
- Tudo bem com você, Ana?
- Não. Nada bem. Eu tenho que enfrentar todas aquelas câmeras e pessoas. Sozinha.
Ele pegou a minha mão e me levou até o espelho. Eu não entendi muito bem o que ele estava tentando fazer.
- Quem você vê aí?
Era eu. Óbvio. Me deu vontade de dá uns tapas na cara do Lorenzo e depois sair correndo. Como é que isso iria me ajudar? Ele deveria estar rabiscando algo para eu falar.
- Ora, Lorenzo. Sou eu e você.
- Bom. Muito bom. – ele disse sorrindo.
- E como isso vai me ajudar a escrever alguma coisa que tenha nexo e não contenha as palavras “vou desmaiar”? Colabora, né!
- Você e eu. Essa fórmula não vai funcionar apenas frente a esse espelho. Você e eu, lá fora também. Você e eu, sempre que você quiser. Vai ter você e eu, até quando você não quiser. E tudo bem se você vier com mil e uma desculpas sobre “eu não sei fazer a droga de um discurso”. Ninguém sabe, Ana. As pessoas só falam o que vem no coração, que é o que importa no final das contas.
Aquilo era bonito. O que ele falou. Se eu tivesse ouvido em outro momento, as palavras me calariam. Mas agora não é outro momento.
- Eu não vou conseguir, eu sei o meu limite. Eu vou vomitar, e provavelmente cair de cabeça na sala e todo o mundo vai ver que eu não sirvo pra ser princesa. Ao menos essa última parte é boa.
- Ai Meu Deus, Ana. Você pode errar. É permitido. É humano. As pessoas acertam e erram e acertam outra vez. Mas não desistem, porque se você desistir antes de acertar, você vai terminar cercada por quatro paredes, numa sala escura, sem ninguém para desejar bom dia. E no final, você vai ver que você errou de qualquer forma. Quer dizer, não de qualquer forma. Você errou da pior forma possível, você errou sem nem mesmo tentar acertar.
Engoli em seco. E ele não parou.
- Você vai encarar todo mundo e falar o que vem daqui – ele tocou no meu peito – do teu coração. E que se dane se tiver nexo ou não. E que se dane se nem todos estiverem de queixo caído porque você não usou duas ou três palavras, as quais precisa-se de um dicionário para traduzi-las. Eu sei que o que passar pela tua cabeça é “É fácil falar. Ele já está acostumado com isso mesmo”. Não, Ana. Não estou acostumado com o fato de ter que passar horas em reuniões, não estou acostumado com o fato de escrever relatórios sobre quantas vezes eu respirei por dia, não estou acostumado com o fato de ter os olhos do meu pai me testando sempre que faço algo de errado. E eu sempre faço algo de errado. Não estou acostumado com o fato de fazer discursos. Não estou acostumado com o fato de ter essa vida aqui, de estar (ou não) noivo. Não estou acostumado com o fato de ter que te provar 24 horas por dia que você é capaz de fazer coisas extraordinárias.
Ele pausou depois de falar seguidamente sem respirar. Como eu queria cair ali no chão e passar seis dias chorando. Como eu gostaria de ser capaz de inundar aquele quarto de lágrimas e sair velejando uma caravela como Colombo fez para chegar ao Brasil. Mas eu não fiz nada disso, apenas continuei ali, o encarando. Esperando que ele levantasse a cabeça novamente para que eu pudesse dizer que ele “está muito enganado ao meu respeito”. Só que ele foi o primeiro à levantar a cabeça e a voz:
- Não estou acostumado com o fato de muito provavelmente estar apaixonado por você – ele completou.
- Lorenzo, eu... – eu perdi a maldita da minha voz.
- Eu só acho que você tem que fazer isso – ele disse me abraçando – porque ninguém mais conseguirá fazê-lo por você.
  
Nós ficamos calados, durante o abraço mais demorado da minha vida. O meu rosto estava acomodado no seu pescoço e eu jurei que o mundo poderia acabar ali mesmo. Naquele instante.
Lá vem eu exagerando outro vez.
Tudo bem. Eu não estava exagerando.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

. Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos